quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

CHEGANDO A "HOGWARTHS" - META 22 CUMPRIDA!

Foram exatos 34 anos me devendo essa. Desde a bolsa de estudos que ganhei do IBEU para fazer graduação nos EUA (dica do meu amigo Eduardo Mack) que acabei declinando por razões inexplicáveis aqui, e os 15 anos que levei para criar coragem de conhecer o Schumacher College/Inglaterra, cujo primeiro contato tive durante minha dissertação de mestrado da FGV. 


Schumacher College: chá de boas vindas dos voluntários para os calouros
Coragem por que? Primeiro, por ser uma escola super-vanguarda, daquelas que quando você diz que vai a pessoa fica com os olhos brilhando de invejinha branca, e invariavelmente te pergunta: "Mas e o que você vai fazer quando voltar de lá?". Um lugar com professores-ícones das abordagens mais desafiadoras de pensamento, como Fritjof Capra, Otto Scharmer, James Lovelock, Charles Eisenstein,  Robin Murray (criador da Fair Trade), e que por ser tão fora da curva desafia o pragmatismo da vida profissional no mainstream, que foi a tônica da minha carreira.  


Castelo medieval Dartington Hall, misto de hotel e centro cultural
E assim, após um processo de coaching com a multi-disciplinar Vania Marinelli, em 3 meses cumpri os ritos de documentos, grana, aluguel de apartamento, entrevistas de aprovação, com absolutamente tudo conspirando a favor (menos o câmbio, infelizmente). E lá fui eu cumprir minha meta nr. 22, partindo para um lugar de sonho, no sul da Inglaterra (Devon).  


O Schumacher College está dentro de uma estrutura maior, o Dartington Estate, que o casal visionário Elmhirst chamava de sua "experiência inglesa". Espiritualizados, ambos discípulos de Rabindranath Tagore, milionários, sonharam e realizaram um lugar que unia o melhor do campo ao melhor da cidade: verdes campos com pequenos fazendeiros, residências, muitas atividades culturais de alto nível para a comunidade local, um hotel, comércio de vidros soprados (grife própria), arte e gastronomia, além de ensino progressista. Tudo isso coroados por um castelo medieval e um dos mais visitados e estudados jardins do mundo. Antiga morada do irmão do Rei Ricardo Coração de Leão, é o único castelo inglês sem muralha ou fosso, devido à índole pacifista do seu dono, que queria interagir com seus campesinos. 


Aula de economia na floresta, ao pé do fogo.
O college em si é uma "experiência global". Ali todas as tribos se unem para estudar de economia a ciências holísticas; de artesanato a agroecologia; de design a saberes indígenas. Tudo costurado pela sustentabilidade e o que há de mais avançado em termos de conhecimentos nos campos de física quântica, permacultura, geometria e pedagogia. 


Stephan Harding explica a Teoria Gaia na toada da viola


Aulas no meio da floresta introduzidas por um professor que principiava tocando viola - ninguém menos que Stephan Harding, assistente no desenvolvimento da Teoria Gaia de Lovelock. Alunos estimulados a tricotar durante as aulas, aptidão recém adquirida nos cursos extras de artesanato. Meditação todo começo de dia, e grupos de trabalho para realizar as tarefas da escola, como limpeza, cozinhar, plantar e colher. Visitas de campo a projetos inacreditáveis. 


Muito amor envolvido na turma de Economia para Transição
De 60 a 90 pessoas morando juntas, colaborando, trocando ideias, cocriando atividades extracurriculares. Sessões semanais de "check-in" para cada um abrir o coração e receber apoio emocional dos colegas. E a experiência mais anti-stress que passei (enquanto carioca escaldada): 4 meses sem me preocupar com segurança. Laptops, celulares e pertences pessoais largados em qualquer lugar sem qualquer risco de alguém roubar. Porta do quarto sempre destrancada. 

A volta ao Brasil foi traumática, confesso. Cabeça arrombada com tantos novos conhecimentos e uma nova visão de mundo, saída de um "mundo como deveria ser", voltando para um país em caos econômico e político. Mas transformada para o resto da vida, com minha dívida pessoal não apenas resgatada, mas um patrimônio intangível precioso na forma de amizades especiais, saberes enriquecedores e um grande sonho realizado. 



terça-feira, 23 de junho de 2015

GEEK ATÉ O ÚLTIMO FIO DE CABELO

A meta 39 foi cumprida: tive o prazer de ir numa Comic Con em S.Paulo, que se pecou por ser beeeem menor do que a americana, teve sua dose de diversão, cosplayers, super heróis fantasiados e bonecos collectibles carésimos. 


Pena que fui "tímida" e não tive coragem de ir a caráter. Não me leve a mal, mas a minha Wonder Woman dava de dez na fulustreca que contrataram para a feira! 

  




Saí de lá com lindos posters autografados da Marvel e DC Comics, e até consegui fazer um voo em slow motion 360o estilo Matrix (meu filme predileto depois de Blade Runner), graças a uma ação promocional da HP. 


E mesmo sem gostar de Game of Thrones, foi irresistível sentar no trono de nem sei quem (me perdoem os fãs), só de provocação. 




AMIGOS, AMIGAS E QUEIJO DERRETIDO

Consegui realizar em S.Paulo, meu novo lar, as metas 15 (Queijo da Serra) e 16 (weekend das Luluzinhas). 

Em tempos de crise braba, a alternativa de reunir amigos em casa para encontros gourmet ganhou vida e eu consegui milagrosamente um Queijo da Serra a R$ 60,00, metade do que ele custa por aqui. Junte-se outros da Serra da Canastra, franceses Munster, Perail e Tomme de Savoie, uns bons vinhos, risotto de funghi e um surpreendente sorvete de manjericão, e está feita a alegria da galera. 


Luluzinhas é que não faltam para weekends animados. Temos assistido shows no parque, batido perna nos eventos da Vila Madalena, encontrado para brunches, ido ao teatro, só falta agora viajar juntas ! 

E vamos em frente, comendo, rezando e amando (pra isso ainda tá faltando o candidato! kkkk). 

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

SÓ CUMPRINDO METAS DIVERTIDAS !

Agora começou a contagem regressiva, pois só faltam 3 meses para os 50 anos! Então, tratei de apressar as coisas.

Já cumpri em grande estilo a meta 34, me fantasiar de Mulher Maravilha, graças à iniciativa do primo carioca Luis Felipe, que todo ano celebra seu aniversário com uma festa temática. Em 2014 foram personagens de filmes ou animações, e eu nem precisei pensar mais que 5 segundos para saber com que roupa eu ia. Como SP é uma cidade que tem tudo, quase surtei na gigantesca loja de aluguel de fantasias que tem 13.000 modelitos femininos e um acervo de 4 categorias (do simples ao super-luxo) de kits Wonder Woman. 

Se era pra realizar uma meta, então melhor fazer em grande estilo ! Igualzinho à minha boneca de colecionador, apenas trocando a tanga sexy por uma minissaia comportada. Afinal, já era mico suficiente andar em plena calçada do Leblon com botas de vinil vermelhas e braceletes dourados ! Ao me ver saindo da portaria, o taxista falou surpreso pra minha amiga: "Olha, é a Mulher Maravilha!" kkkkk

A outra meta cumprida foi a nr 26, aprender dança do ventre. Melhor dizendo: tentar aprender. Sabe tudo aquilo que você a duras penas internalizou pra dominar o rebolado dos ritmos latinos? Faça ao contrário. O tronco tem que ir para o lado OPOSTO do quadril, o que parece tão anti-natural... 

Shakira que me desculpe, mas é F... Hips don't lie pra quem aprendeu desde criancinha. Jogar o plexo pra frente, controlar a respiração subindo do ventre ao peito para serpentear feito uma cobra. Sinceramente, desisti. Já estava com o quadril destroncado desde a festa Anos 70 dos meus amigos cariocas Amos e Lucia, onde dancei até o raiar do dia, daí preferi não arrumar mais problema ! 




quinta-feira, 10 de julho de 2014

PRATICANDO O DESAPEGO E ENCONTRANDO O FLUXO

Há alguns anos, durante o Mestrado, fui apresentada ao livro "Finding Flow", do tcheco Mihaly Csikszentmihalyi, com uma tese que me coube como uma luva, revoltada que estrava após uma série de assaltos e perdas materiais.

Ele dizia, basicamente, que extraímos mais felicidade de coisas que podem ser fruidas (o tal "fluxo"), do que de bens físicos. É isso que contribui para uma vida que vale a pena viver. Experiências, e não matéria. Admirar uma paisagem, preparar ou degustar uma boa comida, desenvolver alguma atividade artística, viajar, conversar, dançar, ler, praticar o ócio puro e simples. São coisas que nos colocam mais leves, em estado de fluxo.

Atualmente, temos visto a expressão "desapegar" entrar na moda. E é fato, procure trazer essa prática para sua vida. Essa era minha meta nr 37, que foi plenamente alcançada. 

Eu já tinha uma filosofia, baseada no I-Ching para manter o chi (energia vital) da casa fluindo: se entrar um ítem, outro do mesmo tipo tem que sair.  

Comecei timidamente com o tal "Bazar de Trocas das Luluzinhas", reunião entre amigas onde fazíamos uma limpeza geral no nosso guarda-roupa, tudo vendido a preços módicos e a receita revertida para um orfanato. Cada vez mais ítens, mais Luluzinhas, mais arrecadação para as crianças. Um sucesso ! 

Antes de me mudar para SP, resolvi me desapegar de absolutamente tudo que não usava há mais de 2 anos ou que gostava mais ou menos. Coisas que já não faziam mais parte do meu estilo de vida, esperando por grandes festas, amigos sofisticados, casas grandiosas, fotos em colunas sociais. 

Essa foi minha vida durante anos, e comecei cedo aos 21, trabalhando na glamurosa hotelaria, apertando a mão de celebridades e realeza, saindo em revistas e jornais, frequentando festas chiques e morando numa casa de três andares com piscina e caseiro. 



Foi tudo embora num intenso Garage Sale: louças, cristais, móveis, adereços de decoração. A mesa de costura da vovó, o paneleiro com coleção de cobres, o quadro pintado pelo tio, móveis de varanda indonésios, livros, panelas, tábuas de queijo, aparelho de fazer waffle (jamais usado !!!!), fizeram a felicidade das amigas, que renovaram suas casas, seus ânimos, suas histórias por meio da minha. Me deu uma alegria imensa receber foto no Face do primeiro waffle que a Pollyana fez para sua família, ou SMS de como a filha da Patricia Maranhão estava curtindo aquela máquina de costura antiga. Como o paneleiro ficou lindo na casa da irmã mineira de Piracema da Simone Lara. 

Cheguei em SP mais leve, mais parecida comigo mesma, mais consciente de que eu quero é amigos sofisticados por dentro e que nada de material que deixei para trás está me fazendo falta. 

E se você quer saber mais sobre o FLUXO, assista o filme do Mihaly ! 

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CEVICHE FOR DUMMIES

Este é o chileno, comido no Atacama
A meta nr 38 não era assim tão difícil de alcançar, mas dado o apelido que recebi em família, alusivo aos meus dotes culinários - "a incendiária" - vocês podem bem imaginar o tamanho do desafio ! Ainda bem que este prato é cru...

Quem te viu, quem te vê. Meus amigos juram que eu sei cozinhar, porque eu disfarço bem. Os desastres de travessas quebradas, panelas com labaredas, chaleiras esquecidas no fogo, bacalhau com molho da sobremesa, são histórias e mais histórias, ao ponto da minha mãe sempre ligar no dia seguinte aos eventos e perguntar: "e aí, o que foi desta vez?". 
Marie nem acredita no tamanho do Ceviche!


Depois de ir ao Chile com minha sócia Marie Haim e comer Ceviche absolutamente todos os dias, é claro que eu tinha que aprender a fazer esse prato super saudável. 

E fiz à minha maneira, com camarões e estilo saladinha fresca. 



Vou dar minha receita: 



Deixe os camarões marinando numa mistura de limão siciliano (mais suave), coentro picado, cebola roxa, sal e pimenta do reino durante 24 horas na geladeira, mexendo sempre que possível para ir cozinhando o camarão na acidez do limão. 

Para servir, faça um "berço" com alface crespa, acrescente pimenta biquinho, tomates cereja e rodelas de cebola roxa; polvilhe com queijo Grana Padano se gostar. 

Até que ficou bonito! Estava uma delícia, eu garanto. 

YOU CAN DANCE, YOU CAN JIVE !


A meta nr 36 não era tão difícil de cumprir, uma vez que eu fizesse a aula de canto (outra meta já realizada) e deixasse a vergonha de lado. 
Ensaio em Itaipava com meu mentor Marcelo Magalhães

Sim, porque uma coisa é dar aula, outra é cantar num karaokê entre amigos, outra bem diferente é cantar para um público pagante

Foram dois dias de ensaio em Itaipava no estúdio do nosso band leader baterista Betovem Coura, sob a tutela do meu mentor violonista Marcelo Magalhães, o incentivo do guitarrista Murilo Alambert, do baixista profissonal Marco Cardoso e a parceria do "the kraken" José Mauro Nunes e do pop-rocker Eduardo Ref. 

Enfiar uma Madonna e uma Amy Winehouse no setlist de uma matilha de roqueiros não foi fácil, mas eu consegui! Cantei Rehab, Borderline e, de quebra, Ai Ai Ai da Vanessa da Mata e Dancin Days das Frenéticas. Fora os backing vocals de um monte de rocks. 




No estúdio equipadíssimo do amigo Betovem Coura
Quando um show junta um público de amigos/professores/pagantes, então tem tudo para dar certo ! 



O THE TEACHERS brilhou com casa lotada, 120 pagantes no Bar Alcaparra (Rio de Janeiro) em janeiro/2014, recorde de público do lugar. 

Como estamos famosíssimos, já temos outro show agendado em 2014: no feriado de 15/novembro vamos invadir o Bar Rock & Blues na Lapa, abrindo show da banda Os Gonçalves. 

Me aguardem !!!!